Artigo na Revista Mulher Africana

É com muita alegria que compartilhamos com vocês essa ótima notícia. Neste ano, as estudantes do 1º ano do Ensino Médio foram vencedoras do Concurso releituras da Memória promovido pela Plataforma parceira Árvore Livros.

Para nossa grata surpresa, o trabalho dessas alunas ganhou visibilidade internacional, sendo admirado pela equipe de redação da Revista Mulher Africana com veiculação em Portugal e Angola.

Nossas alunas foram convidadas a participar de um artigo em que contaram como foi pesquisar e falar sobre as mulheres africanas e a grande importância delas na história mundial.

É gratificante para nós do Colégio Taboão saber que estamos no caminho certo e que conseguimos extrair dos nossos estudantes toda criatividade e engajamento para construírem um cenário tão promissor para o agora e para o futuro Desfrutem da leitura e se orgulhem conosco desse momento. Achei interessante deixar o PDF da revista como anexo e no blog aberto o Artigo das alunas que consta na página 91 e 92 Podemos conversar para alinharmos

TRECHO DA MATÉRIA

GRANDES MULHERES AFRICANAS

Como educadora, orientadora, mãe, e principalmente como mulher, sempre acreditei na capacidade que os encontros têm de transformar as pessoas e o poder des- sas pessoas transformarem o mundo. Em meio a pan- demia, momento sem precedentes, a escola se tornou uma construção distante. Os encontros virtuais de estu- dantes e professores ocuparam um espaço de desafio para aprendizagem.

No início deste ano, no papel de professora e orienta- dora emocional incentivei os estudantes na faixa de 15 e 16 anos de idade juntamente com o Colégio Taboão si- tuado na cidade de São Bernardo do Campo- SP/ Brasil a participarem de um concurso cultural da Plataforma de nome Árvore Livros, o Concurso releituras da Memória que foi uma oportunidade para incentivar a leitura com nossos alunos e lançar novos olhares para as identida- des negra e indígena, ressaltando a importância da me- mória para a construção de novas narrativas.

Incomodadas com a falta de visibilidade para a real im- portância da mulher negra no mundo, um grupo de cinco meninas decidiu que, juntas poderiam escrever, ler, de- clamar e ao mesmo tempo lutar por uma causa usando

a inspiração dos livros que leram usando o poema para participarem da batalha de Slam (palavra surgida em Chicago, em 1984, e hoje a poetry slam, como é chama- da, é uma competição de poesia falada que traz questões da atualidade para debate, é uma expressão inglesa cujo significado se assemelha ao som de uma “batida”) no espaço que lhes foi cedido para a circulação da produção de arte, cultura e conhecimento protagoni- zando o ideal de cada uma, pesquisando a história de grandes mulheres africanas.

Veio, portanto, a ideia de criar um trabalho para dar visi- bilidade a essa luta e, ao mesmo tempo, impulsionar sa- beres e fazeres de mulheres negras do mundo. Nasceu, então o propósito mais relevante da vida dessas jovens. E nem elas acreditavam nessa força motriz que invadia cada uma delas – “Minha experiência em trabalhar em um projeto tão significante não poderia ter sido melhor. Foi e está sendo muito gratificante essa sensação de vi- tória. Como fiquei encarregada pela pesquisa pude des- cobrir muitas coisas para ajudar no poema. – comentou Nadine Nini (estudante).

Penso ser trágico caber justamente à parcela mais vulnerabilizada o empenho de materializar mudanças necessárias. “Estudar sobre a cultura africana e repre- sentar algo tão forte, foi extremamente importante e re- presentativo para mim. Foi uma experiência marcante na minha vida! – disse Júlia Fideliz (estudante).

Esse tem sido um fardo que mulheres pretas carregam desde as primeiras vivências de racismo na infância e precisamos não só discutir a respeito, como lutar pelo respeito. Sempre penso como podemos trabalhar isso com as crianças e adolescentes de uma forma natural, para que eles se sintam partes do processo da constru- ção da cidadania e empatia.

Dessa vez, estive como facilitadora de uma vivência, diariamente tento deixar sempre uma página em branco para que os jovens escrevam seus anseios e decidam como querem observar e avaliar o que lhes é apresen- tado, pois nada pronto exerce uma magia a essa gera- ção. Opinar com bases sólidas de informação tendo um espaço livre de julgamentos para discussão resulta em

GRANDES MULHERES AFRICANAS

uma juventude elucidada e feliz.

A reação da banca julgadora responsável por escolher dentre quase 4 mil trabalhos ao assistir o vídeo final construído por essas cinco meninas, foi de encantamento, orgulho e felicidade pelo total entendimento à proposta do concurso. Não é à toa que ficaram em 1º lugar no concurso. Junto ao vídeo provocativo veio uma avalanche de parabenizações, muito merecidas por sinal.

Como educadora aprendo a cada dia com as dinâmicas desses jovens. Eu me divirto com a capacidade criativa e forte deles, querendo coisas como mudar o mundo ou ter superpoderes inimagináveis para acabarem com o preconceito, a pobreza, a falta de respeito, a violência contra a mulher.

Que eu nunca perca essa minha capacidade de aprender com eles, com elas, com todos.

 

 

Link do VÍDEO VENCEDOR – GRANDES MULHERES AFRICANAS

 

 

Mônica Fragato

Educadora, orientadora educacional e emocional no Colégio Taboão, empresária e comunicadora, é idealizadora da Startup Aproxima criada em San Francisco – Califórnia.

MATÉRIA COMPLETA.

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